domingo

Eras


Eras...

Escaldantes moinhos de vento...Um sopro... Um momento.
Eram duas faces amareladas...Um sol e o mais nada.
Estive na base...Coberta de beijos...Havia desejo.
Eram escolhas...Rumos e prumos...Eram versos estranhos...
Dois risos...Duas medidas...Dois seres risonhos?
Eu estive nas costas de um sonho...
Acordei de mansinho... Pude ainda ver o rosto a deslizar pelas cortinas...
Eras, a rodearem os pés...
Hera... A galopar pelo meu corpo...
Éras o rodopio da vida...
Fui o caleidoscópio da sorte...
Eras ainda lançam a morte... Corridas e crostas a levantarem os discursos...
Quem sou eu para afugintar o pensamento lacrado e moldado do mal-viver...
Não há no mundo palavras mais firmes e doces que a do Poeta que norteia os meus dedos...
Solvo as gotículas da boca... Esqueço-te, em segundos marcados...
Por que duvidar das frases... Sou apenas, se houver enlace.


05/06/2011
14:22

sábado

eu...

E eu que colhi as nuvens de um sonho bom...
Dos versos, bolhas de sabão...
Riscos e ditos... Precipícios.
E eu que rasguei a face... Os detalhes... Surrupiei as vestes de uma tarde encantada.
Eu...Resto das ruas reviradas.
Andei pelas ruelas da cidade acinzentada... O vento forte anunciava a revirada do destino... O pulso corria solto... Agora, vazio.
O reboliço das ondas sonoras... O tocar a face... As pedras de valsa.
Esmeraldas são contas... Contas acertadas... Resta-me o nada.

quarta-feira

O mundo

O mundo...

Gira...Gira...
EU? Num caleidoscópio gigante... Vendo todas as cores.
Passam as marias...Na vida de quem não cuida.
Passamanarias entre rendas e fitas... A pele fica para rodear outros adornos... Outro cheiro... Outro gosto.
Ventania, passa depressa aos meus sentidos... Não sou mais eu que fico e brinco...
São as memórias e as saudades que tanto desejam os que morrem em vida.
O sorriso não seria o mesmo... Perde-se as notas... Desarmonia.
Beijos ditos não têm o gosto da saliva... Arma-se um ramalhete de flores variadas... Sangra-se em cada espinho arrancado...
Ama-se, no vácuo, o que foi real um dia.
O mundo é estreito. Mas, gigante... Para as mãos que não se perdem com migalhas...

domingo

Datas

Datas...

Brindas em taças... Em equilíbrio perfeito, as massas.
Ama-se os dias... As datas seletas... O teu dia.
Eu gosto do comemorar... Nem todos se acham... Entendo... Procuro e penso. Carinho dado.
Peço aos céus, teu endereço guardado e templo ajustado.
O peso da idade...Das matas, nos pés... Das estrelas, no céu da boca.
Brindo ao infinito... O dia do meu abrigo.
Amo as luzes que saem dos olhos... Da eterna magia latente... Do coração que pulsa as páginas criadas...
Feliz(idade)... Amor que trilho e guardo... Meus passos dados.


11/12

sexta-feira

Onde fica o mundo?

"Onde fica o mundo?"

Sou o meu avesso... Perfeito e imperfeito começo.
Uma explosão cósmica... O tudo e o nada desse universo que me compõe.
Uma abertura no cosmo... Um pedaço do que já fui...
Do que estou.
O ser que se envolve e se retorce pelas frestas que algumas portas deixam.
Depois, lanço-me à dança... Das contas...
Do contar que o mundo ainda não sabe...

terça-feira

Ainda Sinto

Ainda sinto...

A pele sua... Ainda sinto o atrapalhar do tempo.
As mãos estendidas... O pedido atrapalhado... As luzes que se acendem...
O ascender dos gestos.
Respiro fundo... Ainda sinto o gosto da tua boca em minha pele.
As curvas soltas... Sem mais ressalvas... Sem medo algum de ser feliz.
Olhar o colo... Desejar o toque... Arrepiar-se.
Ainda vejo... No engolir seco... Os nós de pernas.
Os lenços soltos... O colher-te em vontades... Entregar-me aos teus pedidos.
Ser, no corpo úmido, o teu abrigo.
O mundo grita... Avisa-te que não demore. Não tarde.
As lágrimas rolam... Não posso contê-las... Retê-las é morte.
Brincou comigo ao dizer que mergulharia... Deixou-me, sem asas... O destino sem Verdade.
Ainda sinto... Guardo comigo o gozo da integridade... Intenso dito... Virou metade.

segunda-feira

Um dia...

Perdi a identidade... Dos textos que escrevi em outra parte...
Quem sabe, aqui, eu os guarde melhor... Pertinho da minha face.
Aberta e clara..